ROSÁRIO DOS MIGRANTES E DOS ITINERANTES
«No Rosário ecoa a nossa oração de Maria, o seu perene Magnificat pela obra da Encarnação redentora iniciada no seu ventre virginal. Com ele o povo cristão freqüenta a escola de Maria, para se deixar introduzir na contemplação da beleza do rosto de Cristo e na experiência da profundidade do seu amor. Mediante o Rosário o crente alcança a graça em abundância como se a recebesse das mesmas mãos da mãe do Redentor» (João Paulo II, Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae [16.10.2002], L’Osservatore Romano, 26.10.2002, n. 1, p. 9).
APRESENTAÇÃO
Quem lê as cartas de Etty Hillesum (Une vie bouleversée, suivi de Lettres de Westerbork ed. du Seuil, Saint-Amand-Montrond 1995, p. 263) se encontra com a descrição, no campo de concentração nazista, de «um grupo de religiosos que avança na penumbra entre duas barracas obscuras rezando o rosário, assim imperturbáveis como se o estivesse recitando desfilando no claustro da sua abadia». A visão pode bem introduzir-nos na apresentação deste texto, o Rosário da mobilidade humana, que certamente evoca situações freqüentemente dolorosas, se não trágicas, de refugiados, prófugos, migrantes e nômades, e de muitas outras categorias de itinerantes.
A nova proposta de recitar o rosário, da parte do nosso Pontifício Conselho, é responder ao apelo do Papa João Paulo II para o ano do Rosário, que precedeu e coroou o seu XXV ano de episcopado romano.
Para a nossa proposta de recitação nos inspiramos àquela do Beato João XXIII que se caracteriza pela indicação de especiais intenções pessoais a cada dezena de Ave Maria, ou mistério, que se quer dizer. Aqui as intenções porém, abraçam os vários Setores da solicitude pastoral confiada pelo Bispo de Roma ao nosso Pontifício Conselho.
Para enriquecer a contemplação dos mistérios, ilustrados da relativa citação bíblica, colocamos um breve texto do Magistério eclesial para que se possa meditar alguns momentos.
Confiamos à Igreja, e especialmente aos fiéis orantes, este exercício de piedade mariana, antigo e sempre novo, que pode receber as cores resplandecentes ou terrosas das intenções eclesiais de oração para o variegado fenômeno, cada vez mais pronunciado no mundo contemporâneo, que é aquele da mobilidade humana.
Stephen Fumio Cardeal Hamao, Presidente
+ Arcebispo Agostino Marchetto, Secretário
Breve orientação para a recitação do S. Rosário
Inicia-se com o sinal da cruz:
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Ó Deus, vinde em meu auxílio.
Senhor socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai
Anúncio do mistério
Depois de cada mistério (incluída a leitura do texto bíblico, daquele magisterial e da intenção) recitar:
um Pai nosso
dez Aves Marias
um Glória
facultativo: Ó meu Jesus
No final dos cinco mistérios se recita:
a Salve Rainha
e as Ladainhas Lauretanas
Mistérios gozosos
(segundas-feiras e sábados)
Tema geral: Júbilo
No primeiro mistério gozoso se contempla
O ANÚNCIO DO ANJO A MARIA
Texto bíblico
«O Anjo, disse-lhe: “... Eis que conceberás no teu seio e darás à luz um filho, e tu o chamarás com o nome de Jesus.”» (Lc 1, 30-31).
Texto magisterial
«A ação pastoral nas suas múltiplas facetas desenvolvida pelos grupos de Ciganos apostolicamente empenhados, pelas Escolas de Fé e pelas Escolas da Palavra, pelos Serviços Nacionais e Diocesanos, pelas Capelanias para os Ciganos e enfim, pelo Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, manifesta quanto seja profundo o amor da Igreja para o povo Cigano» (João Paulo II, Discurso ao IV Congresso Internacional da Pastoral para os Ciganos [8.6.1995], Insegnamenti, XVIII, I, pp. 1690-1691).
Intenção
Rezemos, nesta dezena, para os Ciganos, a fim de que, conduzidos pelo exemplo de Maria, dócil à ação do Espírito Santo, e com a ajuda dos cristãos empenhados no seu ambiente, compreendam a sua vocação e missão na Igreja e na sociedade.
No segundo mistério gozoso se contempla
A VISITA DE MARIA A SANTA ISABEL
Texto bíblico
«Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá. Entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel» (Lc 1, 39-40).
Texto magisterial
«Gostaria de manifestar a minha estima e a minha simpatia a todos àqueles que instalam as suas “profissões” nas cidades e nas vilas, abrindo aos seus visitadores um espaço de festa e de amizade. Fazer nascer o sorriso de uma criança, iluminar por um instante o olhar desesperado de uma pessoa só, e, através do espetáculo e da festa, fazer com que os homens se aproximem uns dos outros, é a grandeza destas profissões» (João Paulo II, Discurso ao VI Encontro Internacional da Pastoral para os Circenses e os Feirantes [16.12.1993], Insegnamenti, XVI, 2, p. 1486).
Intenção
Rezemos, nesta dezena, em modo particular para os jovens do mundo dos Circos e Parques de Diversões, para que saibam tirar do rico patrimônio artístico e cultural dos seus antepassados aqueles tesouros que são o júbilo e a alegria, e saibam transmiti-los, a fim de revelar a todos a beleza e a bondade de Deus que resplandece no rosto de Cristo.
No terceiro mistério gozoso se contempla
O NASCIMENTO DE JESUS EM BELÉM
Texto bíblico
«Enquanto lá estavam, completaram-se os dias para o parto, e ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia um lugar para eles na estalagem» (Lc 2, 6-7).
Texto magisterial
«Gostaria de acrescentar aqui uma observação, que deve ser considerada cuidadosamente em relação às exigências e ao papel dos estudantes estrangeiros ... para encontrar uma solução.
Essa parece que se deve procurar numa política que aja sobre as causas das migrações nos próprios países de proveniência. Na origem do problema está de fato a miséria daquelas populações. Os estudantes que têm aperfeiçoado os seus estudos no exterior, graças à sua preparação profissional, podem oferecer recursos para ajudar o país a libertar-se das dificuldades, da miséria, e do subdesenvolvimento. Investir sobre a sua formação é portanto uma das formas de cooperação que se deve privilegiar» (João Paulo II, Mensagem ao I Congresso dos Estudantes Estrangeiros [16.9.1996], nn. 3 e 4, Insegnamenti, XIX, 2, pp. 365-366.
Intenção
Rezemos, nesta dezena, para todos os Estudantes que continuam os seus estudos num país estrangeiro, a fim de que experimentem aquela acolhida fraterna que os ajudem a conseguir uma integração humana e cristã, em benefício também das próprias Nações de origem.
No quarto mistério gozoso se contempla
A APRESENTAÇÃO DE JESUS AO TEMPLO
Texto bíblico
«Quando se completaram os dias ... levaram-no a Jerusalém a fim de apresentá-lo ao Senhor, conforme está escrito na Lei do Senhor ... E havia em Jerusalém um homem chamado Simeão que era justo e piedoso ... Movido pelo Espírito, ele veio ao Templo, e quando os pais trouxeram o menino Jesus ... ele o tomou nos braços e bendisse a Deus» (Lc 2, 22. 23. 25. 27-28).
Texto magisterial
«É dever dos Cristãos esforçar-se para garantir que, nesta nova era de preconceitos ideológicos e interesses egoísticos, se abra o caminho de uma genuína solidariedade entre os povos e as nações. Encorajo, portanto, o Apostolado do Mar a renovar os seus esforços em favor das necessidades espirituais de quantos fazem parte do mundo marítimo, e que precisam de sinais e testemunhos da presença de Deus nas suas vidas, marcadas por longos períodos de tempo longe das próprias famílias» (João Paulo II, Mensagem ao XXI Congresso Mundial do Apostolado do Mar [29.9.2002], in People on the Move, Suplemento N. 90, p. 35).
Intenção
Rezemos, nesta dezena, para a Gente do Mar de diferentes nacionalidades, línguas, culturas e religiões, a fim de que o seu encontro a bordo dos navios ou nos portos seja um reencontrar-se entre irmãos e irmãs, como filhos do único Deus, e uma celebração da riqueza dos dons do Altíssimo para cada pessoa. Que o encontro, guiado pelo Espírito Santo, possa levar à alegria descoberta pela presença, no meio deles, de Cristo Redentor, Luz do mundo.
No quinto mistério gozoso se contempla
A PERDA E O ENCONTRO DE JESUS NO TEMPLO
Texto bíblico
«Três dias depois (os pais) o encontraram no Templo, sentado em meio aos doutores, ouvindo-os e interrogando-os ... “Meu filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu, aflitos, te procurávamos”. Ele respondeu: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai”?» (Lc 2, 46, 48-49).
Texto magisterial
«Jesus Cristo entra em cena na história como “o Caminho, a Verdade e a Vida” e desde o início insere-se no caminho da humanidade e do seu povo, “unindo-se em certo modo a cada homem”... Ainda pequenino, Jesus é peregrino ao templo de Sião para ser oferecido ao Senhor; quando se tornou jovem, com Maria e José dirige-se à “casa do seu Pai”. O seu ministério público, que se desenvolve pelos caminhos da sua pátria, lentamente configura-se como uma peregrinação rumo a Jerusalém, que sobretudo Lucas delineia no coração do seu evangelho como uma grande viagem, que tem por meta não só a cruz mas também a glória da Páscoa e da Ascensão» (Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, A peregrinação no Grande Jubileu de 2002 [25.4.1998], n. 9).
Intenção
Rezemos, nesta dezena, a fim de que a prática religiosa da peregrinação, vivida como uma experiência de fé na oração e de encontro com Deus nos sacramentos, possa suscitar nos corações dos fiéis gestos de caridade fraterna e dispor a um renovado empenho para o Senhor e para os irmãos no caminho cotidiano da vida.
Mistérios da Luz
(quintas-feiras)
Tema geral: Jesus se revela
No primeiro mistério da luz se contempla
O BATISMO DE JESUS NO RIO JORDÃO
Texto bíblico
«Aconteceu, naqueles dias, que Jesus veio de Nazaré da Galiléia e foi batizado por João no rio Jordão. E, logo ao subir da água, ele viu os céus se rasgando e o Espírito, como uma pomba, descer até ele, e uma voz veio dos céus: “Tu és o meu filho amado, em ti me comprazo”» (Mc 1,9-11).
Texto magisterial
«Vos encontrastes (vós Agentes da Pastoral a favor dos Ciganos) para rezar, para conhecer melhor Jesus Cristo, a Sua palavra, a Sua obra e para participar nesta Palavra e nesta obra de Cristo. Porque é uma palavra viva, uma palavra que forma a nossa vida» (João Paulo II, Discurso ao 2º Congresso Internacional para a Pastoral dos Nômades [16.9.1980], On the Move, n. 31, p. 31).
Intenção
Rezemos, nesta dezena, para todos aqueles que se ocupam da promoção social e espiritual dos Ciganos, a fim de que, sustentados pela graça de Deus, saibam orientar estes irmãos a tomar plena consciência da sua dignidade de filhos de Deus, ajudando-os a tornarem-se mensageiros da Boa Nova do Reino de Deus.
No segundo mistério da luz se contempla
JESUS QUE REVELA A SUA NATUREZA NAS BODAS DE CANÁ
Texto bíblico
«Esse princípio dos sinais Jesus o fez em Caná da Galiléia e manifestou a sua glória e os seus discípulos creram nele» (Jo 2, 11).
Texto magisterial
«No vosso longo caminho (de circenses) pelas estradas de tantas Regiões e de tantas Nações, continuem levando, aos pequenos e aos grandes, a vossa típica mensagem de solidariedade, de bondade, de alegria, de honestidade, lembrando a todos que – segundo o convite da Sagrada Escritura – devemos sempre servir o Senhor na alegria (cf. Ps. 99 [100], 2) também a custo de sacrifício pessoal» (João Paulo II, Udiência Geral [4.2.1981], Insegnamenti, IV, 1, p. 230).
Intenção
Rezemos, nesta dezena, para aqueles que possuem o dom de comunicar a alegria através da arte, sobretudo para os circenses, os pintores de imagens religiosas e os que divertem as crianças nos carrosséis em parques de diversões, a fim de que saibam desfrutar com sabedoria a riqueza dos seus talentos, para construir com esses uma cultura de solidariedade e de paz nas sociedades ameaçadas pelo egoísmo e pelo ódio.
No terceiro mistério da luz se contempla
JESUS QUE ANUNCIA O REINO DE DEUS E CONVIDA À CONVERSÃO
Texto bíblico
«Depois que João foi preso, veio Jesus para a Galiléia proclamando o Evangelho de Deus: “Cumpriu-se o tempo e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no Evangelho”» (Mc 1, 14-15).
Texto magisterial
«O Dia Mundial do Refugiado ... evidencia a urgente solidariedade com milhões de pessoas que vivem a difícil condição de refugiados e prófugos. Infelizmente, nos últimos anos este flagelo difundiu-se: conseqüentemente aumenta a necessidade de proteção internacional, mas crescem também os países que tendem a limitá-la. Enquanto formulo votos para que em toda parte sejam eliminadas as causas das migrações forçadas, convido a renovar os esforços para que aos refugiados nunca faltem a justa compreensão e a necessária assistência» (João Paulo II, Angelus, L’Osservatore Romano, 23.6.2001, p. 1).
Intenção
Rezemos, nesta dezena, para as numerosas pessoas que chegam nos nossos países à procura de refúgio, fugindo da guerra, da violência, do perigo de vida, da privação dos direitos e dos bens fundamentais, o primeiro entre todos a liberdade, a fim de que possam encontrar acolhida nas nossas instituições e, sobretudo, esperança.
No quarto mistério da luz se contempla
A TRANSFIGURAÇÃO DE JESUS
Texto bíblico
«Mais ou menos oito dias depois ... (Jesus) tomando consigo a Pedro, João e Tiago, subiu à montanha para orar. Enquanto orava, o aspecto do seu rosto se alterou, suas vestes tornaram-se de fulgurante brancura. E eis que dois homens conversaram com ele: eram Moisés e Elias que, aparecendo envoltos em glória, falavam de sua partida que iria se consumar em Jerusalém» (Lc 9, 28-31).
Texto magisterial
«Elevemos portanto, ainda uma vez, firmemente a nossa voz para convidar e exortar todos os homens de boa vontade a fim de que contribuam a fazer com que o costume civil e cristão, inspirado nos valores do Evangelho, na fraternidade, na gentileza, no mútuo respeito, na ajuda recíproca, penetre profundamente e se torne finalmente visível, também neste setor (do trânsito estradal), submetido, como qualquer outro da vida humana, às precisas normas da Lei de Deus e da consciência moral» (Paulo VI, Discurso à Assembléia Geral do Automóvel Club de Itália [30.11.1972], Insegnamenti, X, pp. 1221 e 1222).
Intenção
Rezemos, nesta dezena, para todos os usuários da estrada, condutores e pedestres, a fim de que saibam santificar-se cotidianamente na direção e ter um comportamento responsável, vendo no outro um irmão, um companheiro de caminho.
No quinto mistério da luz se contempla
JESUS QUE INSTITUI A EUCARISTIA
Texto bíblico
«Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse: “Isto é o meu corpo, que é para vós, fazei isto em memória de mim”. Do mesmo modo, após a ceia, também tomou o cálice, dizendo: “Este cálice é a nova Aliança em meu sangue; todas as vezes que dele beberdes, fazei-o em memória de mim» (I Cor 11, 23-25).
Texto magisterial
« ... Na celebração eucarística, fulcro de cada comunidade eclesial, a acolhida oferecida ao visitador encontra a sua expressão mais profunda. Nessa a comunidade vive a própria união com Cristo ressuscitado, constrói a sua unidade com os irmãos e oferece o testemunho explícito de que a comunhão vai além dos vínculos de sangue e de cultura. A universalidade da Igreja convocada pelo Salvador ressoa com força particular neste encontro de irmãos provenientes de lugares tão diferentes, unidos numa oração proclamada em diversas línguas » (Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, Orientações para a Pastoral do Turismo [29.6.2002], n. 19).
Intenção
Rezemos, nesta dezena, a fim de que as comunidades cristãs, e os turistas que estas recebem, saibam acolher-se uns aos outros para celebrar juntos o único sacrifício do Senhor, assim como “os grãos dispersos se tornam um só pão”.
Mistérios Dolorosos
(terças e sextas-feiras)
Tema geral: Sofrimento redentor
No primeiro mistério doloroso se contempla
A ORAÇÃO DE JESUS NO HORTO
Texto bíblico
«Ele saiu e, como de costume, dirigiu-se ao monte das Oliveiras. Os discípulos o acompanharam. Chegando ao lugar, disse-lhes: “Orai para não entrardes em tentação”. E afastou-se deles ... e, dobrando os joelhos, orava: “Pai, se queres, afasta de mim este cálice! Contudo, não a minha vontade, mas a tua seja feita!”» (Lc 22, 39-42).
Texto magisterial
«A Igreja é por sua natureza solidária com o mundo dos migrantes que, com a sua variedade de idiomas, raças, culturas e costumes, lhes recordam a sua condição de povo peregrinante de todas as partes da terra, rumo à Pátria definitiva. Esta perspectiva ajuda os cristãos a abandonar toda a lógica nacionalista e a subtrair-se às angustas esquematizações ideológicas. Ela recorda-lhes que o Evangelho deve encarnar-se na vida a fim de se tornar fermento e alma, graças também ao constante empenho de o libertar daquelas incrustações culturais que obstam o seu íntimo dinamismo» (João Paulo II, Mensagem para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado [2.2.1999], Insegnamenti, XXII, 1, p. 305).
Intenção
Rezemos, nesta dezena, a fim de que a Igreja realize a exortação de Jesus de vigiar, rezar e reconhecer o migrante n’Ele agonizante no Getsemani da história e, em comunhão com os Organismos da sociedade civil, a Igreja possa encontrar as respostas mais adequadas para melhorar a qualidade da vida, humana e cristã, dos migrantes e dos refugiados.
No segundo mistério doloroso se contempla
A FLAGELAÇÃO DE JESUS À COLUNA
Texto bíblico
«Pilatos, então, tomou Jesus e o mandou flagelar. Os soldados, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-na em sua cabeça e jogaram sobre ele um manto de púrpura. Aproximando-se dele, diziam: “Salve, rei dos judeus!” E o esbofeteavam» (Jo 19, 1-3).
Texto magisterial
«À luz do universal horizonte de comunhão, ressalta como grave ofensa a Deus e ao homem as situações nas quais pessoas ou grupos humanos são obrigados a fugir da própria terra para procurar refúgio em outra parte» (João Paulo II, Angelus [15.6.2003], L’Osservatore Romano, 21.6.2003, p. 1).
Intenção
Rezemos, nesta dezena, a fim de que o Senhor nos ilumine e nos ajude a compreender que os graves sofrimentos dos quais são vítimas os refugiados e os deslocados constituem uma falência da comunidade humana, provocada possivelmente, também, pela nossa indiferença e por não sentirmos a responsabilidade de um comum empenho a procurar os modos para fazer cessar este inaceitável drama.
No terceiro mistério doloroso se contempla
JESUS COROADO DE ESPINHOS
Texto bíblico
«Em seguida, os soldados do governador, levando Jesus para o Pretório, reuniram contra ele toda a coorte. Despiram-no e puseram-lhe uma capa escarlate. Depois, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-na em sua cabeça» (Mt 27, 27-29).
Texto magisterial
«Num tempo no qual por vários motivos muitas pessoas atravessam as fronteiras à procura de asilo e de uma nova vida, os Capelães de aeroportos podem oferecer àqueles que são desenraizados das suas casas e de tudo o que lhe é familiar aquele conforto e aquela compreensão das quais tanto precisam» (João Paulo II, Mensagem ao 3º Encontro Europeu dos Capelães da Aviação Civil [14.5.2001], Atti, p. 7).
Intenção
Rezemos, nesta dezena, para os Capelães e os Agentes pastorais dos Aeroportos, para que com a sua presença vigilante e caridosa exprimam no ambiente dos aeroportos, a materna solicitude da Igreja com os que estão de passagem ou ali trabalham, especialmente com quem precisa de ajuda e conforto.
No quarto mistério doloroso se contempla
JESUS QUE SOBE O CAMINHO DO CALVÁRIO CARREGANDO A CRUZ
Texto bíblico
«Então Pilatos o entregou para ser crucificado. Eles tomaram a Jesus. E ele saiu, carregando a sua cruz, e chegou ao chamado “Lugar da Caveira” em hebraico chamado Gólgota» (Jo 19, 16-17).
Texto magisterial
«Talvez não é verdade que nunca foi alcançada como nestes nossos tempos, esta perfeição de meios eficazes e expedidos ao prosseguimento deste viajar sobre as vias da terra, do mar e dos céus? Mas é também outro tanto freqüente e doloroso o dever de constatar que o drama de viajar termina em tragédia de morte e de choro. De fato estão diante de nós as estatísticas impressionantes dos mortos e dos feridos pelos acidentes da estrada, assim a ponto de quase alcançar numericamente os desastres das guerras do tempo passado» (João XXIII, O respeito da vida humana fundamento de eficaz disciplina estradal [9.8.1961], Discursos, III, p. 382).
Intenção
Rezemos, nesta dezena, por todos aqueles que, direta ou indiretamente, foram vítimas de um acidente estradal, a fim de que a dor sofrida tenha sentido de redenção, e se transforme em empenho e responsabilidade estradal, a fim de evitar futuros sofrimentos.
No quinto mistério doloroso se contempla
A MORTE DE JESUS NA CRUZ
Texto bíblico
«À hora sexta, houve trevas sobre toda a terra, até a hora nona. E, à hora nona, Jesus ... deu um grande grito, expirou ... O centurião, que se achava bem defronte dele, vendo que havia expirado desse modo disse: “verdadeiramente este homem era Filho de Deus!”» (Mc 15, 33-34. 37. 39).
Texto magisterial
«Mas a estrada de Jesus não termina sobre a colina chamada Gólgota. A peregrinação terrena de Cristo abre-se para o infinito e o mistério de Deus, para além da morte. Sobre o monte da Ascensão representa-se a etapa definitiva da sua peregrinação. O Senhor ressuscitado e elevado ao Céu, enquanto promete retornar, caminha em direção da casa do Pai para nos preparar um lugar, para que onde Ele estiver também nós estejamos com Ele. Com efeito, Ele resume a sua missão assim: “Saí do Pai e vim ao mundo; agora deixo novamente o mundo, e vou para o Pai ... Pai, quero que aqueles que Me deste, onde Eu estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a minha glória”» (Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, A peregrinação no Grande Jubileu de 2000 [25.4.1998], n. 10).
Intenção
Rezemos, nesta dezena, a fim de que a piedosa prática da peregrinação disponha o ânimo ao sincero reconhecimento das próprias culpas, suscite sentimentos de compreensão para as fraquezas dos outros, inspire gestos concretos de fraterna solidariedade e reforce o empenho na fé.
Mistérios Gloriosos
(quartas-feiras e domingos)
Tema geral: Glória
No primeiro mistério glorioso se contempla
A RESSURREIÇÃO DE JESUS
Texto bíblico
«Eles [os anjos] disseram: “Por que procurais Aquele que vive, entre os mortos? Ele não está aqui; ressuscitou. Lembrai-vos de como vos falou, quando ainda estava na Galiléia. “É preciso que o Filho do Homem seja entregue às mãos dos pecadores, seja crucificado, e ressuscite ao terceiro dia”» (Lc 24, 5-8).
Texto magisterial
«O desenvolvimento técnico-econômico, as mudanças de relacionamentos dos cidadãos e das nações, as relações cada vez mais amplas e freqüentes de interdependência, a busca de novas perspectivas econômicas, o movimento em ordem a favorecer uma maior união da família humana e o incremento obtido hoje pelos meios de comunicação, abriram horizontes mais vastos e introduziram formas novas em relação à situação de outrora ... Promovendo o recíproco conhecimento e a colaboração internacional, a hodierna mobilidade humana impulsiona para a unidade e consolida o relacionamento de fraternidade entre os povos, para o qual cada um dá e recebe simultaneamente do outro» (João Paulo II, Mensagem para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado [10.9.1989], Insegnamenti, XII, 2, pp. 492-493).
Intenção
Rezemos, nesta dezena, a fim de que a Igreja, que nasce de Cristo morto e ressuscitado, promova um amplo movimento de solidariedade para todos os migrantes e faça crescer comunidades vivas nas quais Cristo ressuscitado se manifeste no seu amor para os irmãos e as irmãs de cada etnia, cultura e religião.
No segundo mistério glorioso se contempla
A ASCENSÃO DE JESUS AO CÉU
Texto bíblico
« Ora, o Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi arrebatado ao céu e sentou-se à direita de Deus. E eles saíram a pregar por toda parte, agindo com eles o Senhor, e confirmando a Palavra por meio dos sinais que os acompanhavam » (Mc 16, 19-20).
Texto magisterial
« “A Páscoa possui e confere a liberdade que anima o tempo livre como seu princípio mais íntimo” e este, por sua vez, “deverá permitir ao homem ... de realizar o autêntico humanismo ... aquele do homem pascoal”. Para o cristão, portanto, o turismo entra plenamente no dinamismo pascoal da renovação: é celebração do dom recebido, é viagem do encontro rumo a outras pessoas com as quais celebrar a alegria da salvação, é tempo de partilhar na ação solidária que nos aproxima à restauração de todas as coisas em Cristo » (Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, Orientações para a Pastoral do Turismo [29.6.2001], n. 16).
Intenção
Rezemos, nesta dezena, a fim de que a atividade turística seja cada vez mais um instrumento eficaz para a promoção do crescimento pessoal e social das pessoas e de todos os povos, para o consolidar-se da participação e da cooperação entre as Nações, as culturas e as religiões.
No terceiro mistério se contempla
A DESCIDA DO ESPÍRITO SANTO SOBRE MARIA E OS APÓSTOLOS
Texto bíblico
«Tendo-se completado o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente veio do céu um ruído como o agitar-se de um vendaval impetuoso, que encheu toda a casa onde se encontravam. Apareceram-lhes, então, línguas como de fogo, que se repartiam e que pousaram sobre cada um deles. E todos ficaram repletos do Espírito Santo e começaram a falar em línguas, conforme o Espírito lhes concedia se exprimissem» (Atos 2, 1-4).
Texto magisterial
«É importante que os estudantes (estrangeiros) tomem consciência das responsabilidades que têm nos confrontos da sua Pátria. Nas suas mãos está uma das chaves do seu desenvolvimento: não se fogem a tais responsabilidades! Não privem a sua Pátria das competências que adquiriram como médicos, engenheiros, agrônomos, expertos num e noutro campo da vida social. Como cristãos, esses não podem não sentir o empenho de fazer uma escolha evangélica de serviço aos pobres, tornado-se assim pedras vivas da comunidade que os têm gerados à fé. Nesta perspectiva esses atenderão com diligência ao próprio aperfeiçoamento cultural e à formação espiritual, para serem agentes de paz e mensageiros de um mundo mais unido, mais reconciliado e mais livre» (João Paulo II, Mensagem ao 1º Congresso dos Estudantes Estrangeiros [16.9.1996], n. 4, Insegnamenti, XIX, 2, p. 366).
Intenção
Rezemos, nesta dezena, para os estudantes que completam os estudos longe da sua pátria, a fim de que se preparem cristã e academicamente para o seu futuro, com o objetivo de dar outrossim uma contribuição eficaz ao desenvolvimento dos seus países de origem.
No quarto mistério glorioso se contempla
A ASSUNÇÃO DE MARIA SANTÍSSIMA AO CÉU
Texto bíblico
«Cristo ressuscitou dos mortos ... assim como todos morrem em Adão, em Cristo todos receberão a vida. Cada um, porém, em sua ordem ... O último inimigo a ser destruído será a morte ... Assim, irmãos bem amados, sede firmes, inabaláveis, fazei incessantes progressos na obra do Senhor, cientes de que a vossa fadiga não é vã no Senhor» (I Cor 15, 20. 22. 26. 58).
Texto magisterial
«Escreveu Santo Agostinho: “Contemplo a grandeza do mar que está ao redor, me admiro; procuro o autor” (Homilia sobre o Salmo 41, 7). Estas palavras sintetizam a atitude do cristão diante da criação, grande dom de Deus à humanidade, e especialmente diante à grandiosidade e à beleza do mar... É importante não deixar faltar para os que fazem parte da grande família do mar um suporte espiritual. Seja oferecida para eles a oportunidade de encontrar Deus e de descobrir n’Ele o verdadeiro sentido da vida. É dever dos cristãos testemunhar que os homens e as mulheres são chamados a viver em toda parte uma “humanidade nova”, reconciliada com Deus» (João Paulo II, Discurso aos Participantes na Plenária do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes [29.4.2002], L’Osservatore Romano, 29-30.4.2002, p. 5).
Intenção
Rezemos, nesta dezena, para os marítimos e para as suas famílias, para os armadores marítimos, e para todos aqueles que trabalham no mundo do mar, a fim de que, no desenvolvimento da sua atividade, não se deixem «consumar pelos interesses e preocupações materiais», nem dominar pela incerteza, ânsia e solidão, mas procurem segurança no coração amável de Maria, Assunta ao Céu.
No quinto mistério glorioso se contempla
A COROAÇÃO DE MARIA SANTÍSSIMA E A GLÓRIA DOS ANJOS E DOS SANTOS
Texto bíblico
«Um sinal grandioso apareceu no céu: uma Mulher vestida com o sol, tendo a lua sob os pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas» (Ap 12, 1).
Texto magisterial
«Maria é a humilde serva do Senhor que, como oportunamente lembra o Concílio Vaticano II, brilha agora sobre a terra “como sinal da esperança segura e do conforto para o povo de Deus em peregrinação, até que chegue o dia do Senhor”(Lumen Gentium, 68) ... Veneramos Maria sob o título de Nossa Senhora de Loreto, padroeira e protetora das ‘pessoas em vôo’. A invocamos para que vele sobre as atividades, às vezes perigosas e pesadas, do trabalho vosso e de todos aqueles que a vários títulos contribuem para o bom funcionamento dos serviços nos aeroportos. Proteja-vos a Virgem Maria ... A ela voltamos ainda o nosso pensamento. Maria é o caminho de Cristo, o caminho para Cristo, é a esperança e o sustento da nossa existência» (João Paulo II, Homilia durante a Celebração Eucarística no Aeroporto «Leonardo da Vinci» [10.12.1991], Insegnamenti, XIV, 2, pp. 1354-1356).
Intenção
Rezemos, nesta dezena, para todos aqueles que estão empenhados nos Aeroportos, «encruzilhada da humanidade no caminho», a fim de que, com a ajuda dos Capelães ali presentes, compreendam a importância de desenvolver o seu serviço com desvelo, em espírito de abertura e compreensão da diversidade, tornando assim tangível e imediato o sentido da universalidade da Igreja.
Salve Rainha
Salve Rainha, Mãe de Misericórdia, vida, doçura e esperança nossa, Salve! A vós bradamos, os degredados filhos de Eva; a vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas. Eia, pois, advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei, e depois deste desterro mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre. Ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria.
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